sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Perdemos o direito de ganhar

Está sendo bastante repercutida na imprensa, na Faculdade e nas conversas com amigos a questão da não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, decisão tomada pelos nossos ministros do Supremo Tribunal Federal, por oito votos a um, em sessão no dia 17 de junho deste ano, uma quarta-feira. Decidi, então, deixar clara a minha opinião sobre o assunto.

Muitos estudantes de jornalismo, pude perceber, demonstraram medo e insegurança com a decisão do STF. Em mim, particularmente, não causou medo a atitude. O que me causou foi indignação e sensação de retorno 40 anos atrás, um verdadeiro retrocesso.

O jornalista, na sua profissão, tem como atividade fundamental manter informados todos os cidadãos de um modo geral. Isso implica em um trabalho que exige responsabilidade acima de tudo, já que a informação repercute na vida de milhares de pessoas. A importância do diploma está na garantia de que teremos, no Brasil, profissionais na categoria que possuam noções de ética na profissão e de técnicas fundamentais para que uma notícia seja veiculada da melhor forma possível. Essa garantia só pode existir com a obrigatoriedade do diploma, com o estudo das tecnicas, com o conhecimento da função de formadores de opinião.

Como todo profissional, nós jornalistas, queremos lutar pelos nossos direitos, por um piso salarial que ainda não esxiste. Com a decisão do STF, como podemos esperar que os nossos direitos estarão reservados e serão sempre respeitados?

A luta pelos nossos direitos ganhou mais um obstáculo. Como vamos brigar agora pelos direitos e respeitos a uma categoria que está em regime de retrocesso? Agora porque retirar a obrigatoriedade do diploma ao invés de garantir a qualidade e direitos trabalhistas, como piso salarial, à categoria? É porque no Brasil, assim é mais fácil.Por sinal, ficou mais fácil agora tornar jornalistas filhos, sobrinhos e caseiros de políticos que, infelizmente, estão no poder de muitos veículos de comunicação no nosso país.

O jornalista, senhores ministros, tem deveres também. Dever de saber as respnsabilidades e cuidados que devem ser tomados antes de se veicular uma notícia. E isso não se aprende mais nas redações. O jornalismo precisa ser estudado. Mas não se pode falar em educação no Brasil, pois ela passa longe de muitas pessoas. Talvez os nossos ministros queiram igualar a população brasileira neste ponto, a falta de estudo e educação. Será que vão parar na nossa categoria ou vão seguir adiante?

É uma pena a perda que tivemos. É uma pena ter que confiar os cuidados com a informação em pessoas que não têm nenhuma noção de ética e responsabilidade social na profissão maior de formadores de opinião. É uma pena que uma categoria tão respeitada mundo afora tenha ainda mais dificuldades de lutar pelos seus direitos. É uma pena que em vez de ganhar com a educação superior, nós perdemos. Perdemos o direito de ganhar.

3 comentários:

  1. Vou nem comentar essa baixaria.
    Preguiça sabe.
    rsrsrs

    Arrasa amiga.
    Beijos

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  2. Mais que o direito de ganhar, perdemos o respeito.
    Não me intimido, pois sei que, desde sempre, quem faz o profissional é ele mesmo, pois não importa a faculdade que cursou ou se cursou, um bom profissional é bom porque sabe o que faz e porque faz bem. Tenha aprendido como for.
    Mas também não entendo e nem apoio esse retrocesso.

    Beijo pra tu
    E adorei as mudanças!

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  3. lu, foi tu que escreveu aquele texto sentir também?

    adorei isso aqui!
    frequentarei bastante!
    beijos cunhada, sucesso!
    p.s.: aqui é Pri

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